Elis Gislaine Marques Sbardelotto

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a adolescência vai dos 10 aos 20 anos de idade. Especificamente no Brasil, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, ela vai dos 12 aos 18 anos.

Diferenças de faixa etária à parte, a adolescência é um período do ciclo vital no qual acontecem diversas e importantes mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. Esse momento de transição vivido pelo jovem - passar da infância para a vida adulta - causa confusões de pensamentos e ações que, muitas vezes, acabam em desentendimentos.

Nesse período também é comum os jovens manterem certo distanciamento da família, pois se interessam em descobrir novos caminhos e maneiras de viver, passam a ter comportamentos desafiadores e a ser mais questionadores. Também passam a ser mais independentes dos pais em termos psicológicos e a ter mais controle sobre a tomada de decisões.

Nessa fase os pais se sentem de certa forma abandonados pelos filhos. Cria-se um sentimento de perda pelo fato de não serem mais tão necessários como antes para os adolescentes.

Também é comum os pais ficarem ansiosos e confusos quando os filhos começam a expressar seus interesses sexuais. Os pais sentem medo de que os filhos sejam incapazes de se proteger dos perigos do mundo, como, por exemplo, da gravidez precoce, do abuso sexual e das doenças sexualmente transmissíveis. Quando a sexualidade do adolescente é negada ou rejeitada pelos pais, o desenvolvimento de um autoconceito sexual fica prejudicado e, consequentemente, os riscos de atividade sexual precoce ou perigosa são maiores. Outra preocupação dos pais é o envolvimento dos filhos com drogas e más companhias, falta de interesse pelo estudo etc.

Quando a família estabelece uma boa relação com o jovem, compreendendo-o e, ao mesmo tempo, orientando-o, o risco de ele se expor a uma situação adversa é menor.

Numa fase de tantas transformações, é importante que haja muito diálogo no convívio familiar e que os pais tentem amenizar os conflitos, sendo mais compreensivos, flexíveis e capazes de suportar o crescimento e as transformações do filho.

Elis Gislaine Marques Sbardelotto é formada em Psicologia Hospitalar e Orientação Vocacional, especializada em Psicologia Familiar Sistêmica e perita Avaliadora de Trânsito - CRP-08/13639 - Contato: (45) 99912-8788