Economia, flagelo e fome
J. J. Duran
Se você é militar, coisa que respeito por vir de uma família com irmãos e primos membros importantes do Exército, tem vários bons motivos para agradecer pela política de atualização salarial e social desenvolvida pelo governo do capitão presidente Jair Bolsonaro.
Porém, nós, alegres mortais, que por vulgaridade de pensamento escrevemos o que vivemos e vemos em nossa volta, temos que indagar não só do capitão, mas também do banqueiro capitalista amante do mercado, Paulo Guedes:
O que aconteceu com os 10 milhões de postos de trabaho prometidos como fruto da reforma a Previência?
O que aconteceu com o desmonte seletivo do esqueleto produtivo do Estado, que traria grandes investimentos produtivos e não a rapinagem financeira?
Há um grande equívoco na atual política econômica, representado pelo quadro de grave crise social gerado pelo crescimento desproporcional das desigualdades.
A sociedade política, aquela que o presidente prometeu rejeitar e aborrecer quando candidato, hoje está como fator principal. O famigerado Centrão, empenhado em se beneficiar do tal orçamento secreto, dá as cartas e presenteia com privilégios aos filiados preferenciais das siglas que o compõem, um conglomerado que sempre se aluga, mas jamais se vende.
Estamos passando por um grave retrocesso institucional republicano.
As tentativas de manipular o Poder Judiciário, as ameaças de não reconhecimento do resultado da futura eleição, a constante negação da existência da pandemia e contra as vacinas contra ela aplicadas no mundo todo, as milícias de fake news e o armamentismo da população, dentre outras ações, desenham um cenário futuro preocupante. (Foto: Revena Rosa/AGBR)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná