Uma parceria de respeito
Pagando um preço salgado pela energia elétrica, o consumidor brasileiro aguarda com certa preocupação a conclusão das negociações para que o País continue comprando o excedente paraguaio da Itaipu em condições idênticas ou melhores que as atuais, condição necessária para que a situação não se agrave quando o atual tratado da binacional completar sua vigência, o que ocorrerá em agosto do ano que vem.
Mas ao participar de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara Federal, proposta pelo deputado paranaense Rubens Bueno, o diretor-geral brasileiro da binacional, Anatalicio Risden Junior, proferiu palavras tranquilizadoras.
"Pode ser revisto após 50 anos, mas não significa, necessariamente, que tenha que haver essa revisão. A decisão, no final, será das Altas Partes", disse ele, referindo-se ao Anexo C do Tratado, que trata justamente das bases financeiras do acordo binacional. "A cogestão é de sucesso, a binacionalidade funciona, as decisões não são fáceis, mas possíveis. Nosso relacionamento hoje é o melhor possível", acrescentou.
As palavras de Risden Junior foram corroboradas pelo embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, secretário de Negociações Bilaterais e Multilaterais nas Américas do Ministério das Relações Exteriores e que também participou do debate. "Não será um jogo de soma zero, haverá benefícios mútuos e oportunidades para os dois países", assegurou. (Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados)