Cascavel resgata seu passado com o replantio de araucárias
"Temos que olhar pro futuro e termos a sensibilidade de que precisamos preservar o nosso histórico, aquilo que nossa cidade nos proporcionou a chegar até aqui". Assim o prefeito Leonaldo Paranhos falou ao fazer a afixação no solo, nesta terça-feira (24), da primeira de um total de dez mil araucárias que serão replantadas em Cascavel.
O ato marcou o lançamento do Programa de Resgate da Paisagem Natural de Cascavel, projetado para recriar parte da floresta com dezenas de milhares de unidades da árvore símbolo do Paraná que foram derrubada em nome da exploração da madeira.
"Bem aqui onde nós estamos [em frente ao Paço Municipal], havia uma floresta grande e bonita, cheia de araucárias, agora vemos poucas destas árvores e o que o queremos é incentivar o plantio, a preservação desta que é a árvore símbolo do Paraná", contou o secretário de Cultura, Luiz Ernesto Pereira.
"Com esta iniciativa, o governo Municipal quer homenagear a primeira família a comprar terras aqui em Cascavel e se transferir para cá. Trata-se família do senhor Antonio José Elias. Eles chegaram aqui em 1922, quando o patriarca comprou da colonizadora Braviaco uma propriedade aqui em Cascavel, ele trouxe toda a família e passaram a viver aqui. Na sequência vieram outras famílias e assim Cascavel foi crescendo e tomando ares de metrópole", ressaltou.
O secretário de Meio Ambiente, Ney Haveroth, também destacou a importância desta iniciativa para o resgate da verdadeira história do Município. "Vamos fazer o plantio dessas árvores em locais adequados. Queremos que elas possam crescer e se desenvolver, sem trazer transtornos. Não se pode plantar araucária dentro de lotes ou nas calçadas, nós temos um plano de arborização que regulamenta isso, mas é uma inovação, valorizando o que tínhamos no passado", explicou.
Marlise da Cruz, gerente regional de bacia hidrográfica do IAT, que também participou do plantio dessas primeiras mudas, disse que a ação vai além da preservação ambiental. "Nós dizimamos toda a vegetação existente e consequentemente nossos pinheirais, por ser uma madeira de lei que era exportada. É importante que os agricultores, que as pessoas saibam que ao plantar um pinheiro, respeitando o espaçamento necessário para o seu crescimento e desenvolvimento, ela estará contribuindo com o meio ambiente e fazendo uma poupança verde para seus filhos, uma vez que o manejo destas árvores que são plantadas, tem seu corte autorizado pelo Estado", afirmou.
Durante o ciclo econômico da extração de madeira, na década de 50, Cascavel chegou a concentrar mais de 100 serrarias cortando araucárias. A madeira era transportada até Foz do Iguaçu e em barcos levada a Buenos Aires, na Argentina, de onde era exportada para a Europa. (Foto: Secom/PMC)