Doria não vai sair de casa!
A semana começou com a desistência de mais um peso pesado da política nacional da disputa pela Presidência da República. Depois do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, agora foi a vez de João Doria, que há menos de dois meses havia renunciado ao Governo de São Paulo justamente com o objetivo de enfrentar nas urnas ao atual presidente, Jair Bolsonaro, e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva.
"Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve. Com a sensação inequívoca do dever cumprido e missão bem realizada", justificou ele. "Aceito esta realidade com a cabeça erguida. Sou um homem que respeita o bom senso, o diálogo e o equilíbrio. Sempre busquei e seguirei buscando o consenso, mesmo que ele seja contrário à minha vontade pessoal. O PSDB saberá tomar a melhor decisão no seu posicionamento para as eleições deste ano", completou.
Por mais que essas alegações tenham fundo de verdade, o fato é que ele foi, digamos, convidado a sair de cena pelo próprio eleitorado na medida em que aparecia nas mais diferentes pesquisas com índices de intenção de votos que não faziam jus à importância do cargo que ocupava como governador do principal Estado brasileiro.
Em outras palavras, por uma dessas ironias do destino, quem liderou a campanha do "Fique em casa" durante a pandemia da Covid-19 agora não sairá mais de casa para concorrer ao cargo mais ambicionado do País.
Com Doria fora da disputa, a propósito, a expectativa agora gira em torno do encontro que reunirá nos próximos dias líderes de PSDB, MDB e Cidadania, anunciado em nota conjunta dos três partidos na semana passada e cujo objetivo é justamente buscar um nome de consenso para ser colocado na disputa como a terceira via desejada pela faixa do eleitorado que não quer Bolsonaro nem Lula, e que não é algo que se possa desprezar. (Foto: Arquivo AGBR)