A vaca deles de olho no seu capim
Há um ditado popular que diz que "em política, até vaca voa". O que isso quer dizer? Simples: que em política se pode esperar de tudo um pouco. E também há a expressão "vaca de presépio", uma alusão a quem se deixa influenciar pelos outros e toma como verdadeira a opinião que lhe é transmitida sem procurar se certificar se ela tem ou não fundamento.
Mas, como se política fosse sinônimo de pecuária, também há a tal "vaquinha virtual", que nada mais é do que uma saída para assegurar que, no curso da campanha eleitoral, não falte "santinho" aos candidatos, cuja grande maioria depois de eleita normalmente dá provas de que de santo nada tem.
Desde ontem (15) os pré-candidatos às eleições de outubro próximo já estão podendo fazer a arrecadação de recursos a título de doação para suas campanhas, como se elas já não tivessem a garantia de financiamento do tal Fundão, aquele que saltou de R$ 1,8 bilhão em 2018 para R$ 4,9 bilhões em 2022.
Inaugurada no pleito de quatro anos atrás, a "vaquinha virtual" não impõe limite de valor a ser repassado por pessoas físicas e é mais uma de tantas provas de que essa história de que o Brasil criou o financiamento público para evitar que as campanhas eleitorais continuassem sendo uma espécie de disputa primo pobre x primo rico não passa de conversa para boi dormir. Ou seria vaca?
NOVO É EXCEÇÃO
Por questão de justiça, acrescento a esse breve comentário que o Novo é o único partido do País que não utiliza dinheiro do Fundo Eleitoral e nem do Fundo Partidário (outra excrescência) para fazer campanha. (Imagem: Divulgação TSE)