O real, o simbólico e o imaginário
J. J. Duran
Em boa medida, os bolsonaristas de carteirinha são membros orgulhosos de uma elite negacionista contumaz e que adora apoiar declarações insanas daqueles que, em seu imaginário, idealizam ser o seu líder a reencarnação do cavalheiro da purificação dos costumes e da reabilitação do passado.
Por isso, seguem sonhando com o tempo de uma suposta nova política proclamada pelo capitão presidente, mesmo tendo este se aliado ao famigerado Centrão, grupo com histórica participação no descalabro das finanças públicas em nome da busca de benefícios pessoais e partidários.
O simbolismo da política liberal requerida por essa elite dona da maior parte da fortuna nacional e prometedora das reformas necessárias com a autoridade de quem sabe o caminho para tanto, está fazendo com que a Nação reviva a temida inflação, o desemprego em níveis intoleráveis e os discursos nacionalistas e autoritários, em um cenário que pouco ou nada condiz com a realidade vivida pela maioria esmagadora da sociedade.
Nesse cenário imaginário, a realidade do momento sociopolítico mostra um cenário fantasioso e que coloca na ribalta o teatro de comédia que politizou o Poder Judiciário e satirizou a política, num absurdo esquecimento dos malfeitos à democracia.
É essa elite que criou a imagem do juiz intocável e deu vazão ao surgimento de um mito com pensamento saudosista de um passado autoritário e que proclamou o novo tempo político vigente atualmente na República, em um cenário delicado para a democracia brasileira.
A realidade do momento é muito distante da apresentada pela versão oficial, em um cenário enganoso, mas ratificado pelo olhar dócil de um Parlamento engessado pelo famigerado orçamento secreto. (Foto: CNM)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná