O nascimento do segundo filho
Elis Gislaine Marques Sbardelotto
O subsistema fraterno é formado pelos irmãos e inaugurado quando a família chega ao segundo bebê. Essa etapa pode ser vivida com grande intensidade de sentimentos, muitas vezes prevalecendo os agressivos, pois o primogênito está perdendo seu lugar de único na família e terá que disputar espaço com alguém (Carter & mcGoldrick, 1995).
O nascimento de um irmãozinho pode sim ser algo maravilhoso se os pais orientarem de forma correta a criança mais velha sobre a chegada do novo membro na família.
Os pais devem contribuir para que, desde a gestação, o primogênito desenvolva um bom relacionamento com o bebê, pois fortalecendo esses laços a criança mais velha não vai se sentir rejeitada nem enciumada.
É interessante que os pais convidem o irmão mais velho para escolher as roupinhas do bebê, demonstrando que sua opinião é importante.
Dizer que o bebê que vai nascer vai ser bonito e bonzinho como ele.
Levar o filho na consulta com o obstetra para que ele possa escutar as batidas do coração do bebê e vê-lo no exame de ultrassonografia também é algo bastante importante.
É igualmente importante os pais conversarem com a criança a respeito do bebê que está chegando, mas sempre respeitando a idade desse irmão mais velho, se reunir para ver o álbum da gestação anterior e fazer comentários positivos como "você é muito importante por ser o primeiro filho", "a chegada do seu irmãozinho não significa que você vai ser menos importante" e "o teu quartinho foi preparado com o mesmo carinho com que foi preparado o do bebê que vai chegar".
É necessário ter cuidado com comentários que possam sem interpretados erroneamente pela criança, como, por exemplo, a mãe dizer que se sente muito melhor na nova gravidez do que na anterior.
Também é recomendável evitar falar isoladamente sobre o bebê que vai nascer, incluindo sempre a criança mais velha nessa situação.
Após o nascimento do novo filho, deve-se incluir o primogênito nos cuidados com o bebê, pedindo para alcançar o sabonete ou a toalha na hora do banho, para jogar o talquinho ou alcançar a mamadeira. Assim a criança vai sentir que está afetivamente ligada ao irmãozinho e aos pais, e que estes confiam nele e valorizam sua ajuda.
"Ser mãe é algo que demanda, acima de tudo, tempo" - Içami Tiba. (Imagem: Reprodução internet)
Elis Gislaine Marques Sbardelotto é formada em Psicologia Hospitalar e Orientação Vocacional, especializada em Psicologia Familiar Sistêmica e perita Avaliadora de Trânsito - CRP-08/13639 - Contato: (45) 99912-8788