Corredor multimodal pode reduzir custo do frete em 30%
Considerado imprescindível para o futuro do agronegócio, o Corredor Bioceânico Multimodal de Capricórnio, ligando os portos de Paranaguá a Antofagasta, poderá reduzir em 30% todos os fretes de produtos brasileiros destinados à Costa Asiática. A conexão entre os oceanos Atlântico e Pacífico, passando por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, diminuirá em mais de dez mil quilômetros o percurso marítimo de cargas destinadas a países asiáticos e africanos. Esses são alguns dos benefícios de um projeto apresentado na noite de ontem (27) ao empresariado de Cascavel e que será aprofundado de 11 a 14 de maio, em Foz do Iguaçu, durante o o Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável.
A apresentação dos detalhes, na Acic, foi feita pelo presidente da Acifi, Danilo Vendruscolo, e por Márcio Fernandes e João Arthur Morh, especialistas no tema. O corredor ligando os quatro países, usando os mais diferentes modais, não é uma ideia nova. É debatido há pelo menos 20 anos. Técnicos brasileiros analisaram, diante disso, a possibilidade de dez corredores estratégicos ao País, e o de Capricórnio é considerado o mais viável técnica, econômica e ambientalmente. Para viabilizar o corredor, serão necessários 4.760 quilômetros de ferrovias, 4.183 de rodovias, 2.800 de rotas aquaviárias, 1 esclusa, 17 terminais multimodais e 4 centros integrados.
A parte ferroviária brasileira no projeto é a Nova Ferroeste, com extensão de 1.304 quilômetros entre Paranaguá e Maracaju, no interior do Mato Grosso do Sul. Para atrair os investidores, em um projeto global que deverá chegar aos US$ 9,5 bilhões, estão redução do frete, diminuição de distâncias e de tempo entre destinos, além de navegação por áreas oceânicas mais seguras às embarcações. "Com a Nova Ferroeste, o tempo de percurso de um contêiner entre Cascavel e o Porto de Paranaguá reduzirá dos atuais quatro dias para 20 horas", lembrou João Arthur, dizendo que a licitação em bolsa deverá ocorrer ainda no segundo semestre. Questões rodoviárias, pedágio e modelagem também estarão em debate, em maio, no Films.
PAINÉIS
Danilo destacou que o Fórum, em Foz do Iguaçu, vai contar com a participação de embaixadores e técnicos em temas estruturais e de modais de transporte dos quatro países. Assuntos ligados a ferrovias, rodovias, portos e infraestrutura ganharão painéis específicos. "O evento começará no dia 11 de maio e não terá data para terminar. Serão criados seis grupos de trabalho que passarão a se reunir regularmente para a realização de todas as etapas necessárias".
Esse é um evento para o Paraná e para os interesses de todos nós, sul-americanos, destacou o vice-presidente da Acic para Assuntos do Agronegócio e presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Para o presidente da associação comercial, Genesio Pegoraro, esses são assuntos estratégicos e que interessam muito a região e os seus líderes. "Nesse fórum vamos discutir a visão do hub multimodal como potencial solução para as dificuldades de logística do Cone Sul", complementou Danilo Vendruscolo. (Foto: Reprodução)