Em julgamento encerrado já na noite desta quarta-feira (20), o STF (Supremo Tribunal Federal) condenou por maioria ampla (10 votos a 1) o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PTB) a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por ameaças aos ministros da Suprema Corte.

O ministro Kássio Nunes Marques foi o único a defender a absolvição do deputado. Já André Mendonça deu um voto divergente da maioria, igualmente pela condenação, só que com uma pena mais branda, de 2 anos e 4 meses de prisão.

Daniel Silveira não será preso de imediato, o que ocorrerá apenas depois de esgotados todos os recursos da defesa. Quanto ao mandato, a jurisprudência do STF determina que cabe agora à Câmara Federal iniciar os trâmites para a cassação.

Quando PM no Rio de Janeiro, o deputado recebeu um total de 60 sanções disciplinares. Em uma delas, foi condenado a 26 dias de prisão, mas esse processo foi arquivado assim que ele se elegeu e pediu licença da corporação.

JOIO X TRIGO

Cobrado por líderes bolsonaristas por seu voto a favor da cassação de Daniel Silveira, o ministro André Mendonça, indicado ao STF pelo atual presidente, usou as redes sociais para jusiticar sua posição. Disse ele que, como cristão, não acredita ter sido chamado  “para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas". Por fim, afirmou:  “Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto". (Foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados)