RS também quer ser contemplado com ramal no projeto da Ferroeste
O projeto da Nova Ferroeste, a princípio com 1.304 km de trilhos ligando Maracaju (RS) a Paranaguá (PR) e com ramais entre Cascavel e Chapecó (SC) e Cascavel e Foz do Iguaçu, tem despertado tamanho interesse que caiu no encanto do setor produtivo também do Rio Grande do Sul. Isso foi manifestado de maneira formal por meio de carta entregue durante reunião realizada nesta terça-feira (19), em Curitiba.
“Estamos falando de um projeto de desenvolvimento econômico e social, por isso queremos levar Passo Fundo até Chapecó, e consequentemente ao Paraná. Essa carência na infraestrutura de transportes é comum aos três estados da Região Sul do País, o que essa proposta da Nova Ferroeste vem corrigir”, afirmou Gilmar Caregnatto, coordenador técnico e gerente de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul).
"Costumo dizer que esse é um projeto com DNA paranaense, mas com solução nacional, visto que o drama logístico do Norte do Rio Grande do Sul, do Oeste de Santa Catarina e do Sudoeste do Paraná é o mesmo. A Nova Ferroeste que vai transformar a infraestrutura desses três estados”, acrescentou Fagundes.
RAMAL ATÉ CHAPECÓ
Durante a mesma reunião, o Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário recebeu os primeiros resultados do Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica do ramal entre Cascavel e Chapecó (SC), a ser incorporado ao projeto original da Nova Ferroeste, destinado a atender principalmente o agronegócio.
De acordo com o levantamento, ainda em caráter preliminar, a linha interestadual entre Paraná e Santa Catarina terá uma extensão total de 263 quilômetros. Para essa conexão são necessários 18 túneis e 31 obras de artes especiais (viadutos e pontes), com capacidade de carregamento de 32,5 toneladas por eixo. A velocidade máxima autorizada de operação será de 80 km/h e o investimento necessário, de R$ 6,8 bilhões.
O estudo custou R$ 750 mil e foi doado ao grupo de trabalho paranaense por diferentes representantes do setor produtivo de Santa Catarina, liderados pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó. A projeção avança agora para uma segunda fase, com a avaliação do impacto financeiro.
“Fomos instados a participar deste projeto, não havia como Santa Catarina ficar de fora. Agora estamos correndo contra o tempo para avançar no projeto. Estamos falando de uma região com um Produto Interno Bruto de R$ 55 bilhões, com um agronegócio extremamente forte”, disse o presidente da Acic Chapecó, Lenoir Broch.
O coordenador do Plano Ferroviário do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, lembrou que o trecho com Chapecó já recebeu autorização do Ministério da Infraestrutura, dentro do programa Pró-Trilhos. "É um ramal importante para o Paraná e que dá novo corpo ao projeto da Nova Ferroeste. Estamos animados com essa conexão porque abre uma nova possibilidade para investimentos nos dois estados", disse. (Foto: Rodrigo Félix Leal/Seil)