Dinamismo desavergonhado
O leitor certamente já deve ter se dado conta que os políticos sempre repetem a velha e surrada frase "a política é dinâmica" quando colocados contra a parece e cobrados por posicionamentos kkk okque fogem à compreensão da sensatez do eleitor.
Pois a julgar pelo que ocorreu nesta sexta-feira (8), quando o PSB formalizou a indicação do ex-governador paulista Geraldo Alckmin para ser o candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, esse tal dinamismo ganhou contornos de falta de vergonha.
"Não temos qualquer dúvida de que é o companheiro Lula quem reúne as melhores condições para articular forças políticas amplas, capazes de dar à resistência democrática a envergadura que permitirá enfrentar e vencer o bolsonarismo", diz um trecho da nota entregue pelo PSB ao PT e que, sem sombra de dúvida, teve o aval prévio do futuro vice.
Mas peraí: não foi Lula que, em 2006, disse que "o Brasil sabe muito bem quem deixou São Paulo refém do crime organizado" em alusão direta a Alckmin, que renunciou ao mandato de governador para enfrentá-lo na disputa pela Presidência da República?
E não foi Alckmin que, no segundo turno da eleição daquel mesmo ano, perdeu alguns minutos em seu programa eleitoral por conta de um direito de resposta dado pela Justiça por ter comprado Lula a um "ladrão de carros" e dito que no governo no PT havia uma "sofisticada organização criminosa"?
Tudo bem que o Centrão que hoje está com Jair Bolsonaro é o "mesmíssimo da silva" que ajudou a enterrar os governos petistas e outros mais, mas haja "dinamismo"capaz de apagar isso tudo da história política pregressa dos dois! (Foto: Divulgação PT)