Um penduricalho indecente
Enquanto mira apenas o STF, como se a Suprema Corte fosse a única culpada pelas mazelas que atormentam o País como um todo, o exército de cabos eleitorais regiamente pagos com o dinheiro público e que domina as redes sociais faz vistas grossas de forma premeditada a tramas tão graves quanto inocentar pessoas comprovadamente corruptas e que acabam passando despercebidas da grande maioria.
É o caso de uma emenda constitucional datada ainda de 2013, com sinais concretos de avanço no Senado e destinada a "ressuscitar" uma verdadeira excrecência: o chamado quinquênio, que é um acréscimo, a cada cinco anos, de 5% extras nos salários de juízes e promotores, como se esses já não fossem altamente privilegiados.
"É uma proposta inadmissível. Trabalhamos mais de quatro anos para aprovar aqui na Câmara uma proposta que barra os penduricalhos que permitem salários acima do teto constitucional. Agora, em vez de aprovarem esse projeto no Senado, para dar um basta nessa farra, querem criar mais um. Isso é um escárnio com a população", protestou o deputado paranaense Rubens Bueno.
A proposta citada por ele é o projeto 6726/2016, que barra o supersalários no poder público e que desde que foi remetido ao Senado dormita na CCJ sem sequer a indicação de um relator. É passada a hora, pois, de os brasileiros de bem começarem a cobrar seus senadores.