Projeto da Nova Ferroeste ganha apoio também do setor cerealista
Apostando que o setor produtivo de grãos tem muito a ganhar com uma malha ferroviária ampla e eficiente, a Acepar (Associação das Empresas Cerealistas do Paraná) elaborou carta de apoio ao projeto da Nova Ferroeste, que foi entregue pelo presidente Alberto Araújo e demais diretores ao coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes.
“Os cerealistas representam quase 35% da produção do agronegócio paranaense. Um dos eixos do projeto sempre foi observar essa dinâmica do setor produtivo, razão pela qual o empreendimento é uma aposta entre os empresários”, disse Fagundes. "Com a redução do custo logístico as empresas vão poder fazer novos investimentos, isso também vai impactar o preço final dos produtos nas gôndolas".
”Cada ano colhemos um volume maior e mais rápido de grãos, então precisamos de estruturas como as ferrovias, que são muito mais eficientes para escoar todo esse volume”, destacou o presidente da Acepar, entidade nascida em 2003 e que hoje congrega 27 empresas cerealistas e 200 unidades de recebimento e estocagem de grãos por todo o Paraná.
“Com essa estrutura vamos poder programar melhor a exportação e a cadeia ganha como um todo”, reforçou Araújo, acrescentando que a principal vantagem do modal ferroviário frente ao rodoviário é o baixo custo, que no caso específico da Ferroeste será de quase 30%, conforme Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental.
A NOVA FERROESTE
A Nova Ferroeste é um projeto do Governo do Paraná que vai ligar o Porto de Paranaguá a Maracaju, no Mato Grosso do Sul, por trilhos. Ao todo serão 1.304 quilômetros, que vão cortar o Oeste do Paraná, celeiro da produção de grãos. Um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu vai permitir a captação de carga do Paraguai e da Argentina. Outra ligação de Cascavel com Chapecó, em Santa Catarina, está em fase de estudos.
De acordo como foi projetada, ela será o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do País, o que deve transformar o Paraná num hub logístico da América do Sul por atrair parte da produção de países vizinhos como a Argentina e o Paraguai. Se estivesse em operação hoje, a ferrovia poderia transportar cerca de 38 milhões de toneladas de produtos, 26 milhões delas rumo ao Porto de Paranaguá.
O projeto está no processo de obtenção da Licença Prévia Ambiental junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e será debatido em audiências públicas a partir do mês de abril. A ideia é que ele seja levado a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no segundo semestre deste ano. (Foto: Divulgação Ferroeste)