Banco de Olhos de Cascavel está precisando de doadores
Em 16 anos de existência, o Banco de Olhos de Cascavel contabilizou 6.464 doações, com cerca de 12.914 córneas captadas e 8.412 córneas disponibilizadas para transplante. Graças a ele e também aos bancos existentes em Curitiba, Londrina e Maringá, por anos o Paraná o status de fila zero para o transplante de córnea.
Com a chegada da pandemia, no entanto, isso mudou. Em março de 2019, por orientação do Ministério da Saúde, todos os transplantes eletivos foram suspensos e a fila, que praticamente não existia, ganhou corpo a tal ponto que hoje o tempo de espera de um paciente gira em torno de um ano.
Por conta disso, uma campanha está sendo lançada para conscientizar a população de Cascavel e região a voltar a doar córneas para transplante principalmente em portadores de ceratocone, infecções, cicatrizes pós-traumas e descompensação.
ABORDAGEM
Após ser notificado da ocorrência do óbito, o Banco inicia o trabalho de abordagem da família, procedimento que acontece nos hospitais, na Acesc ou no IML (Instituto Médico Legal) e quando os entes se mostram favoráveis à doação, a equipe inicia o processo de retirada dos tecidos e amostra sanguínea do doador.
Atuando no convencimento dos familiares há muitos anos, a técnica de enfermagem Neiva Muller relata que as abordagens no IML são sempre mais difíceis. “Não posso sentir a dor do outro, mas temos empatia e respeito. Procuro agir com muito amor, entendendo o momento difícil, mas é a hora que tenho para falar com as famílias sobre a doação de córneas, uma atitude que poderá tirar uma pessoa da fila de espera do transplante, e devolver a ela a visão. E sempre respeitamos qualquer que seja a decisão”, diz ela. (Foto: Reprodução)