HU faz com sucesso cirurgias antes só realizadas em Curitiba
Cinco crianças foram submetidas com êxito a cirurgias de alta complexidade no Hospital Universitário de Cascavel, pouco antes do feriado de Carnaval, por profissionais da unidade em parceria com dois especialistas de outras instituições: a neurocirurgiã pediátrica Giselle Coelho e o cirurgião plástico Maurício Yoshida.
Destinadas a corrigir a cranioestenose, uma anomalia rara no crânio que causa pressão no cérebro e pode ocasionar déficit motor, crises convulsivas e sequelas a longo prazo, elas foram as primeiras cirurgias desse tipo realizadas no interior do Paraná. Em todo o Estado, antes só eram feitas em Curitiba.
“Utilizamos uma técnica bem diferente em razão da alta complexidade. Houve uma simulação em um molde 3D, que possibilita um planejamento da cirurgia ainda melhor, ganhando tempo de cirurgia, e, consequentemente, menos tempo dessa criança em transfusão de sangue e em recuperação em uma Unidade de Terapia Intensiva”, explicou o neurocirurgião do HU Lázaro Lima.
“Nós tivemos uma redução do tempo operatório porque já vamos com as medidas milimetricamente definidas para a cirurgia, redução do tempo de anestesia, redução da perda sanguínea, com consequente redução da internação, com melhor recuperação, não só funcional, mas também estética”, completou Giselle.
Já Yoshida falou sobre a importância da equipe multidisciplinar no momento do procedimento. “Temos um olhar diferente do neurocirurgião, então a gente acaba juntando forças. Essas crianças especificamente tinham uma deformidade na forma do crânio, então o objetivo da cirurgia plástica foi modelar o osso de forma a ter um ganho maior na parte estética craniofacial pós-operatório”, explicou.
Para a coordenadora Centro de Atenção e Pesquisa em Anomalias Crânio Faciais da Unioeste, Mariângela Baltazar, o resultado obtido mostrou a capacidade do Ceapac para aplicar novas técnicas."É uma condição raríssima, e essa é a importância do Ceapac, pois embora sejam raras, há uma frequência, por isso a necessidade de fortalecer nossa equipe para que essas crianças possam fazer as consultas, os exames e todo o pré-operatório na nossa região. Pretendemos enriquecer nosso quadro de experiência dos nossos cirurgiões a fim de atender e melhorar a qualidade de vida dos nossos pacientes”, enfatizou. (Foto: Arquivo Unioeste)