Após lucro bilionário, Sanepar quer reajustar a água outra vez
“Substituição de registro pode afetar o abastecimento em bairros de Cascavel”, diz comunicado distribuído pela Sanepar no início da manhã desta quinta-feira (3), antecipando o que certamente se configurará como mais uma suspensão temporária no fornecimento de água aos moradores dos bairros Claudete, Conjunto Parigot de Souza, João de Barro, Jardim Carelli, Vila São Pedro, Decolores, Conjunto Cohamic, Jardim Jussara, Jardim Metropolitano, Vila Firenze e Núcleo de Produção Industrial Allan Charles Padovani. “O abastecimento deve voltar à normalidade a partir das 20h e será de forma gradativa”, ressalta a empresa.
Mas este nem deve ser o motivo de maior preocupação não só aos moradores dessa região da cidade, mas de todos os mais de 10 milhões de paranaenses que são clientes dessa estatal presidida há mais de três anos justamente por um cascavelense: Claudio Stabile, que ingressou na vida pública como secretário municipal na gestão de Lisias de Araújo Tomé (2005 a 2008).
É que já está em poder da Agepar (Agência Reguladora do Paraná) um pedido de novo reajuste nas tarifas de água e esgoto, sem levar em consideração os fatos de o próprio governo estadual projetar um ano economicamente difícil e, ainda mais importante, a Sanepar ter obtido um lucro líquido de R$ 1,18 bilhão em 2021, montante 1,18% maior que o lucro do ano anterior conforme publicação feita há exatamente uma semana no jornalão Valor Econômico.
REPÚDIO NA ALEP
Esse pedido de reajuste, a propósito, foi repudiado na sessão de ontem (2) da Assembleia Legislativa do Paraná pelo deputado oestino Soldado Fruet, que é de Foz do Iguaçu. “Isso é um tapa na cara do paranaense”, protestou ele. “Para quem ganha perto de R$ 800 mil por ano a conta da água não pesa, mas para o paranaense comum ela pesa, e pesa muito”, acrescentou ele em apelo diretamente ao governador Ratinho Junior.
Depois de afirmar que o resultado obtido pela Sanepar em 2021, em plena pandemia, “mostrou que o racionamento foi lucrativo para a empresa e talvez até usado de forma maldosa para garantir ainda mais dinheiro aos acionistas”, Soldado Fruet reforçou a necessidade do fim da tarifa mínima, objeto de requerimentos encaminhados há um bom tempo por ele à Agepar, à Sanepar e ao Procon, mas ainda sem resposta. (Foto: Reprodução)