O mito do populismo
J. J. Duran
Estudos clássicos de psicologia explicam que as pessoas impulsivas não só chegam a conclusões erradas, como também acabam fazendo escolhas equivocadas, pela escassa capacidade de reconhecer seus erros. São pessoas com vocabulário pobre e temperamento agressivo, que superestimam irrealidades interpretativas em torno de um cenário fictício existente apenas nas suas mentes.
Falando de forma agressiva e usando vocabulário tosco, exibem contrariedade e destempero diante de perguntas cujas respostas exigem algum grau de intelectualidade. Por isso representam a ambiguidade existente entre o populismo disfarçado de democracia e sempre buscam resgatar tempos autoritários que deixaram marcas irreparáveis.
A História nos mostra que toda crise política provoca um movimento de grande adesão da sociedade aos extremismos ideológicos que, por sua vez, produzem severas divisões entre as camadas atuantes da vida política, social e cultural da sociedade, levando à ribalta do cenário nacional degradação moral e absolutismo ideológico, de onde se origina a fragmentação entre a vocação progressista social e o liberalismo senhor do mercado.
A consequência disso tudo é que o arcabouço social da decantada justiça repartidora de benefícios às classes menos endinheiradas se converte em agente destruidor de conquistas históricas.
Não é tarefa das mais difíceis, portanto, compreender porque as massas convertidas em rebanhos não pensantes votam sem saber exatamente porque e muito menos para quem.
E o fruto disso tudo jamais foi outro que não um cenário de profunda injustiça social, com desemprego nas alturas, fome, inflação galopante, economia em frangalhos e outras formas de injustiça.
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná