Deputado desafia Estado a governar mais para os pobres
Em discurso na sessão desta quarta-feira (23) da Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado estadual Soldado Fruet, que é de Foz do Iguaçu, voltou a cobrar que o governo do Paraná volte seu olhar mais pelos paranaenses pobres e defendeu a redução de tarifas e impostos para ajudar no orçamento dos paranaenses.
“Fevereiro está chegando ao fim e, como todo final de mês, as contas começam a chegar e são sentidas principalmente pelas famílias mais pobres. Água, luz, IPVA e transporte são contas que pesam demais na vida das pessoas”, comentou, reiterando que “a Copel e a Sanepar não podem ser do povo paranaense só no discurso, elas precisam ser do povo na função social, na hora de prestar um bom serviço e na hora de cobrar tarifas justas".
Fruet defendeu a redução do IPVA - cuja alíquota para a maioria dos veículos está em 3,5% - para o índice antigo de 2,5%. “O aumento foi na gestão de Beto Richa, mas Ratinho Junior tem poder para diminuir”, afirmou. Segundo ele, “o transporte poderia ter seu custo reduzido se o Estado baixasse o ICMS do combustível, que é altíssimo [chega a 29%, no caso da gasolina]".
Ele também anunciou um requerimento pedindo ao governador a volta da isenção do ICMS do óleo diesel do transporte coletivo, para baratear os valores das passagens de ônibus em todo o Estado. "Isso beneficiaria milhões de paranaenses”, justificou.
ÁGUA E LUZ
De acordo com o deputado, “água e luz podem, sim, ter suas tarifas reduzidas". Na avaliação dele, “nada justifica empresas cuja função é social se preocuparem mais com os lucros dos acionistas do que com o bem-estar da população".
O parlamentar também rebateu a fala do secretário da Fazenda, Renê Garcia Junior, que, na véspera, ao ser questionado na Assembleia Legislativa sobre a distribuição de dividendos da Copel e da Sanepar, justificou que as empresas distribuem o dobro do mínimo legal, ou seja, 50% do lucro a seus acionistas, “porque estão saudáveis financeiramente".
Segundo Fruet, a Copel tem uma dívida de R$ 10,450 bilhões e a Sanepar, até o final de 2021, devia R$ 2,9 bilhões e esse ano já emitiu R$ 600 milhões em debêntures, “ou seja, no ano passado lucrou R$ 1 bilhão, deu o dinheiro todo para os acionistas e agora corre ao mercado financeiro para emprestar R$ 600 milhões a juros altos". Diante disso, questionou: “Que tipo de administração é essa? Pego o lucro, dou aos bancos e depois vou aos bancos e peço esse mesmo dinheiro emprestado a juros altíssimos. Esse negócio só é bom para uma classe de brasileiros: os bilionários". (Foto: Orlando Kissner/Alep)