Oeste paranaense aposta alto no projeto da nova ferrovia
O projeto da Nova Ferroeste, que prevê a extensão da atual linha férrea de forma a ligar o Porto de Paranaguá por trilhos até Foz do Iguaçu, por um lado, e Maracaju (MS), por outro, está gerando uma espécie de encantamento nas lideranças do Oeste paranaense, em especial as ligadas ao agronegócio.
Durante reunião ontem (17) com empresários na Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, deu detalhes do andamento do projeto e disse que Cascavel e o Oeste de modo geral têm muito a ganhar com isso. “Esta região vai ser o hub logístico não só do Paraná, mas dos estados vizinhos, porque todas as cargas de grãos e de proteína animal vão circular ou embarcar por aqui”, explicou.
Os empresários também destacaram a importância da estrutura logística para o bom desempenho da agroindústria regional. “Nossos índices crescem ano a ano. Essa é uma obra do Paraná, e Cascavel vai ser extremamente beneficiada. A Nova Ferroeste é uma bandeira da Acic”, enfatizou o presidente da entidade, Genésio Pegoraro.
O presidente da Copavel, Dilvo Grolli, destacou que atualmente um contêiner que parte de Cascavel com destino a Paranaguá leva cinco dias para percorrer o trajeto, e com a nova ferrovia esse tempo será reduzido para 20 horas. "Não temos outra saída no Estado ou na região Sul. Cabe-nos apoiar o governo na realização desse projeto”, disse ele.
“Nossa economia é baseada no agronegócio, por isso, o município precisa se preparar para receber esse empreendimento. Vamos concentrar toda a produção que vai circular pela Nova Ferroeste”, acrescentou o prefeito Leonaldo Paranhos.
Também ontem, o tema foi debatido com a diretoria da C. Vale, que tem sede em Palotina e tem cerca de 24 mil associados e 179 unidades no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraguai.
O presidente da cooperativa, Alfredo Lang disse que considera o avanço do projeto da Nova Ferroeste a realização de um sonho. “Teremos um salto no ganho logístico. Soja, milho e proteína animal sairão daqui e os volumes que pretendemos destinar para o modal ferroviário são bastante expressivos”, explicou.
ESTÁGIO ATUAL
O Ibama vai abrir o prazo de 44 dias para os municípios abrangidos pelo traçado pedirem a realização das audiências sobre a Nova Ferroeste, e depois desse prazo definirá os locais e as datas em que esses debates ocorrerão. Em seguida, serão feitas as visitas técnicas a pontos chave do projeto antes da emissão da Licença Prévia Ambiental. A ideia é que o projeto da Nova Ferroeste vá a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) já no segundo trimestre deste ano. (Foto: Divulgação)