Suinocultores fazem ajustes no rebanho para conter a crise
Com os custos de produção em alta, oferta excessiva e preços estagnados, a suinocultura paranaense tem buscado alternativas para minimizar as dificuldades enfrentadas por este segmento na atualidade. E duas medidas já colocadas em prática com esse objetivo são o descarte de matrizes de menor produtividade e redução do peso dos animais encaminhados para abate.
"Temos que procurar uma solução conjunta agora. Se esperarmos o Plano Safra, ninguém mais vai ter crédito para tocar a produção adiante. Temos que buscar soluções imediatas", alerta Debora Geus, presidente da Comissão Técnica de Suinocultura, que está empenhada em auxiliar os produtores a superarem este momento.
De acordo com diretor-executivo da Frimesa, Elias Zydek, a empresa já reduziu o peso médio dos suínos abatidos de 131 para 123 quilos entre dezembro e janeiro. "A redução de peso de abate ‘retira’ volume de carne do mercado. Mas é claro que há um limite. Se baixar de 120 quilos, começamos a ter problemas de padrão de cortes e aumentamos o custo fixo da produção", disse ele, ressaltando que "esse é um remédio amargo, mas nesse primeiro momento tem mais vantagens do que desvantagens".
Segundo José Carlos Colombari, produtor de São Miguel do Iguaçu, disse que já fez esta opção, reduzindo a meta de entrega dos suínos de sua propriedade para o abate de 135 para 120 quilos. "Estou há 23 anos na atividade, passei por várias crises, mas nunca vi nada como esta, em que os produtores têm um prejuízo de R$ 250 por animal", lamentou.
Outra alternativa defendida por suinocultores e industriais do setor é a deflagração de uma campanha publicitária focada em dois pontos: no estímulo ao consumo de carne suína e na elucidação da composição do preço dos produtos pagos pelo consumidor, explicitando quanto fica com os chamados atravessadores. (Foto: Sistema Faep)