Não ao pedágio goela abaixo
Na modelagem do novo pedágio, que de tão delicada teve o leilão na Bolsa de Valores adiado para o fim do ano claramente para não influenciar de forma negativa nas urnas da eleição de outubro próximo, os técnicos do Ministério da Infraestrutura ignoraram totalmente os impactos disso nos trechos que passarão por perímetros urbanos.
Na verdade, o ministro Tarcisio de Freitas (que, vale lembrar, foi diretor geral do Dnit no governo de Dilma Rousseff e não tem dado a mínima para a paralisação das obras de duplicação da BR-163, na qual está prevista a instalação de três praças de pedágio) só veio a Cascavel diante da pressão de um grupo de lideranças da região, tendo à frente o prefeito Leonaldo Paranhos, e pouca importância deu às muitas queixas a ele apresentadas.
Por tudo isso, soa como alívio saber que o TCU (Tribunal de Contas da União) encarregou um experiente membro de seu quadro de auditores da realização, num prazo de 30 dias, de uma análise pormenorizada das armadilhas do modelo proposto e que, ao contrário do que diz a propaganda oficial, poderá se revelar ainda pior que o que vigorou ao longo de 24 anos.
Sentindo-se assaltados pelo modelo anterior, e com toda razão, os paranaenses não são contra o pedágio, mas desde que as tarifas sejam efetivamente justas e que as obras necessárias sejam executadas. Este assunto ainda vai render muita polêmica.