Relatório culpa empresa aérea por tragédia com voo da Chape
A Aeronáutica Civil da Colômbia apresentou hoje o relatório final sobre o acidente aéreo envolvendo a delegação da Chapecoense, que ia de Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) para Medellín (Colômbia) para enfrentar o Atlético Nacional na decisão da Copa Sul-Americana e que caiu no dia 29 de novembro de 2016, matando 71 das 77 pessoas a bordo.
De acordo com o documento, a tripulação sabia que a aeronave da empresa boliviana LaMia viajava com pouca quantidade de combustível, fator determinante para a tragédia. Informes preliminares da Aeronáutica colombiana já apontavam que o avião estava com excesso de peso quando caiu, mas que a causa do acidente foi a falta de combustível.
O relatório apresentado hoje contou com a participação de investigadores, autoridades e instituições de cinco países: Brasil, Bolívia, Estados Unidos e Inglaterra, além da Colômbia. Entre as conclusões apontadas como "determinantes para a apresentação deste infeliz acontecimento", o relatório afirma que a empresa LaMia, "planeou sem escalas este voo charter (transporte não regular de passageiros) entre Santa Cruz (Bolívia) e Rionegro (Colômbia); não cumpriu os requisitos de quantidade mínima de combustível exigida nas normas internacionais, uma vez que não teve em conta o combustível necessário para voar para um aeroporto alternativo".
Ainda segundo o relatório, a aeronave tinha um déficit de 2,3 mil kg de combustível, cálculo feito levando em conta que havia 9,3 mil kg, quando seriam necessários 11,6 mil kg para percorrer a rota Santa Cruz - Rionegro. Além disso, foi concluído que a LaMia tinha deficiências organizacionais e uma difícil situação econômica.