Timidez não mata, mas atrapalha
Elis Gislaine Marques Sbardelotto
Sentir timidez diante de uma situação nova é natural. Quem nunca tremeu, suou frio ou ficou com o rosto corado diante de alguma situação, por mais simples que fosse? Exemplos de situações sociais que causam timidez são: chegar num lugar desconhecido, o primeiro dia de aula, falar diante um grupo de pessoas, fazer novas amizades, declarar-se para a pessoa amada, etc.
A pessoa tímida tem medo de ser o centro das atenções, não se permite errar, tem necessidade de ser aprovada por todos e medo de expor suas fraquezas. Parece estar sempre ouvindo uma voz interior dizendo: "Cuidado, você vai fazer papelão, vão rir de você, vai parecer bobo, melhor se você não for visto nem ouvido". Todos esses pensamentos vão deixando o individuo isolado, não permitindo a ele desenvolver suas habilidades pessoais. Com isso, sua autoestima fica excessivamente baixa e podem surgir problemas emocionais, como depressão, angústia, ansiedade e sentimentos de inadequação.
Ainda não se sabe ao certo a origem da timidez. Alguns estudiosos defendem que os motivos são genéticos (nascem com o individuo), outros dizem que são adquiridos com situações vividas na infância (pais críticos e exigentes ou superprotetores, que não permitem que a criança desenvolva os meios necessários para lidar com as situações da vida).
Faz parte da natureza humana ser cauteloso, temer a rejeição, querer amor, afeição e aceitação. Um pouco de timidez é sempre útil, pois ela nos torna mais cautelosos, atentos aos comportamentos e aos sentimentos dos outros e menos impulsivos. Porém, quando ela é excessiva, se torna prejudicial e pode atrapalhar o indivíduo na conquista de seus objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais.
Mas estudos vêm revelando ao longo dos anos que a timidez é uma característica que pode ser mudada, mesmo nos casos onde ela é mais intensa e causa sofrimento.
ALGUMAS DICAS
O início exige empenho, dedicação e determinação. Mesmo que a princípio pareça desajeitado, tente fazer novos amigos, ouse iniciar uma conversa com estranhos, participar de festas e reuniões, convidar alguém para um almoço e expor suas opiniões frente aos colegas de trabalho.
Antes de fazer uma palestra ou participar de uma reunião, treine o tempo que for preciso em frente ao espelho, sozinho ou com familiares e amigos, até que se sinta preparado.
Para todos os casos, o primeiro passo é admitir o desconforto e aceitar a si mesmo como alguém único, que carrega virtudes e defeitos como todos os humanos. Não tenha medo de errar, é assim que se aprende e diminui-se a ansiedade. Para superar seus receios só há uma maneira: enfrentar o "inimigo".
"A timidez e a insegurança são aliados e juntos eles afetam a sua vida"- Adriano José C. N.
Elis Gislaine Marques Sbardelotto é especialista em Psicologia Familiar Sistêmica e Orientação Vocacional e perita Avaliadora de Trânsito - CRP-08/13639 - Contato 45 999128788