Crianças e adolescentes: número de denúncias cresce 125% em dois meses
O objetivo da campanha "Não Engula o Choro", da Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, foi atingido com o aumento das denúncias de violência contra criança e adolescente ao telefone 181. Desde o começo de maio, quando as animações e peças publicitárias foram lançadas, o número absoluto dessas denúncias no Paraná subiu 125%.
A secretária estadual da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, afirmou que a sensibilização da sociedade para esse problema deve ser permanente. "Como gestores públicos, nosso trabalho é chamar atenção para o problema da violação de direitos e estabelecer políticas públicas que ajudem a combatê-lo, para proteger nossas crianças de situações de risco", disse.
A campanha enfocou as violências sexual, psicológica e física e a negligência, responsáveis pela maioria das denúncias. O resultado, por exemplo, foi o aumento expressivo das denúncias de violência psicológica, que passou de 2 chamados, em abril, para 16, em maio.
"Outro objetivo da campanha foi exatamente dar visibilidade a outros tipos de violência, além da física e da sexual. Também pretendemos reduzir a subnotificação", afirmou Alann Bento, coordenador da Política da Criança e do Adolescente, da Secretaria da Família.
A violência física é ainda a que mais tem registros. Desde o início do ano, foram, em média, 30 denúncias mensais, mas, em maio, esse número subiu 70 (perto de 130% maior). O abuso sexual, que tinha a mesma média mensal (30), pulou para 60 denúncias.
O total, que em abril foi de 99 denúncias, em maio foi de 198. Na comparação com o ano passado, foram registradas, em abril, 68 denúncias; em maio, 83.
A CAMPANHA
Os vídeos, divulgados por redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas e em cinemas, foram assistidos por milhares de pessoas em todo o país.
São coloridos, com música agradável e com linguagem simbólica para representar os perigos. "Diferente de outros trabalhos de sensibilização que fizemos, direcionados aos adultos e à rede de proteção, a estratégia, dessa vez, foi conversar com meninos e meninas", afirmou Fernanda Richa.
A campanha estimula crianças e adolescentes que sofreram ou sofrem algum tipo de violência a não se calarem e buscarem alguém de confiança para desabafar.