Endividamenteo das famílias cresce, mas inadimpâneica cai
O nível de endividamento médio das famílias brasileiras em 2021 foi o maior em 11 anos, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor divulgada nesta terça-feira (18) pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O índice médio apurado é de 70,9%, o que equivale a dizer que sete de cada dez famílias estão endividadas.
Na comparação com 2020, das cinco regiões do País, apenas o Centro-Oeste apresentou queda do índice: 0,3 ponto percentual. O Norte registrou estabilidade e o Sudeste se destacou com aumento de 5,9 pontos percentuais, seguido pelo Sul (+5,5) e o Nordeste (+4,5). Porém, considerando o total de endividados, o Sul contou com o maior percentual, aproximando-se de 82%.
INADIMPLÊNCIA
Na direção oposta dos indicadores de endividamento, no último ano, os números de inadimplência apresentaram queda. De acordo com a pesquisa, o percentual médio de famílias com contas e/ou dívidas em atraso diminuiu 0,3 ponto percentual na comparação com 2020, chegando a 25,2%.
Após iniciar 2021 em patamar superior ao observado no fim do ano anterior, o percentual mensal de inadimplência teve redução até maio, mas passou a apresentar tendência de alta desde então, alcançando 26,2% em dezembro e ficando acima da média anual.
E as perspectivas imediatas não são das melhores."Os consumidores seguirão enfrentando os mesmos desafios financeiros da segunda metade de 2021, principalmente inflação, juros elevados e mercado de trabalho formal ainda frágil. Soma-se a isso o vencimento de despesas típicas do primeiro trimestre, que deverá apertar ainda mais os orçamentos domésticos neste período”, prevê Izis Ferreira, economista responsável pela pesquisa. (Foto: Marcello Casal Jr/AGBR)