‘Cachorro também é gente’
O caso ocorrido no início desta semana, em Cascavel, que levou um jovem médico à prisão sob a acusação de espancar sua cachorrinha até a morte, fez lembrar um episódio de 30 anos atrás e que, a despeito da menor gravidade, também repercutiu nacionalmente.
“A cachorra é um ser humano como qualquer outro”, disse em 1992 ao ser flagrado levando sua cadela Orca ao veterinário o então ministro do Trabalho e líder sindical Antônio Rogério Magri, que acabou demitido pelo presidente Fernando Collor de Mello meses mais tarde.
Além de render muitas piadas, aquele episódio coincidiu com um aprofundamento do debate público sobre a necessidade de proteção dos animais e que culminou com a elaboração de leis como a que torna crime inafiançável a prática de maus-tratos aos quadrúpedes, justamente a que fez o médico cascavelense passar quase quatro dias atrás das grades.
No Paraná, a propósito, a primeira semana do mês de dezembro é dedicada a ações de conscientização contra o abandono de animais conforme determina uma de várias leis relativas a essa área aprovadas pela Assembleia Legislativa e que hoje são ferramentas importantes para proteger os animaizinhos dos humanos incapazes de controlar seus próprios impulsos.
Mas essa não é a única lei paranaense voltada à questão. Desde 2015 há uma proibindo o uso de animais para o desenvolvimento de experimentos e testes cosméticos, desde 2016 há outra proibindo a criação de animais para extração de pele e desde 2017 há uma terceira obrigando pet shops, clínicas e hospitais veterinários a comunicar à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente qualquer indício de maus-tratos a animais atendidos nesses estabelecimentos.
Tomara o episódio do médico dê origem a novas ações para enfrentar de forma mais efetiva o problema dos animais abandonados, que só em Cascavel chegaram a ser estimados em 30 mil dois ou três anos atrás. (Foto: Pixabay)