O Paraná e a produção de proteína animal do Brasil
Dilceu Sperafico
Base do agronegócio do Paraná, especialmente do Oeste, tendo em Toledo o maior VBP (Valor Bruto da Produção) agropecuário do Estado, de 3,4 bilhões de reais, o abate e venda de carnes de frangos e suínos voltaram a ganhar destaque nacional em 2021, apesar das perdas do clima adverso e elevação de custos de produção.
No terceiro trimestre de 2021, o Paraná manteve a liderança nacional no abate de frangos, acumulando um terço da produção avícola do País, com18,3 milhões de aves e 1,2 milhão de toneladas de carne e derivados.
No mesmo período, o Estado bateu seu próprio recorde na produção de carne suína, com o maior número de abates desde 1997, quando iniciou série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre julho e setembro, foram abatidos 2,8 milhões de suínos, o segundo maior do País, com produção de 269,5 mil toneladas de carne.
Entre janeiro e setembro, o Paraná abateu 1,55 bilhão de frangos, com 524,4 milhões de aves no primeiro trimestre, 514,1 milhões no segundo e 518,3 milhões no terceiro. Assim, o Estado produziu 3,6 milhões de toneladas de carne de frango no período, enquanto no País, foram abatidas 4,6 bilhões de aves e produzidas 10,9 milhões de toneladas de carne.
Já na suinocultura, nos três primeiros trimestres do ano, o Paraná abateu mais de 8,0 milhões de animais e produziu 767,2 mil toneladas de carne, o equivalente a 21% da produção nacional, que somou 3,7 milhões de toneladas no período. Julho foi o melhor mês de 2021 para a suinocultura paranaense, com o abate de 698,4 mil cabeças e produção de 91,8 mil toneladas de carne.
O Paraná, além de liderar a produção avícola do País, ocupa o segundo lugar na suinocultura, perdendo apenas para Santa Catarina e está entre os 10 maiores produtores brasileiros de carne bovina. Apesar de redução no primeiro e segundo trimestres, o abate de gado de corte no Estado foi maior entre julho e setembro somando 299.848 cabeças.
A produção estadual de carne bovina no período foi de 77,2 mil toneladas e no acumulado do ano, somou 229,4 mil toneladas, com abate de 899,5 mil cabeças. Foram produzidas no Paraná 74,6 mil toneladas no primeiro trimestre, 77,5 mil toneladas no segundo e 77,2 mil toneladas no terceiro, enquanto no Brasil, a produção de carne bovina somou 5,5 milhões de toneladas, com o abate de 20,6 milhões de cabeças no período.
"Graças ao trabalho intenso de nossos produtores e cadeia sanitária de qualidade, o Paraná se consolida como o maior produtor de proteína animal do Brasil. E a tendência é avançar ainda mais, com a possibilidade de liderarmos também a produção suína nos próximos anos", afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
"Conquistamos, em 2021, o reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação, o que garante o acesso a mercados mais exigentes e que pagam melhor pelo produto. Além disso, a Frimesa está construindo no Oeste do Paraná o maior frigorífico de suínos da América Latina, além de outros empreendimentos no Estado que ampliam nossa participação no setor", acrescentou o governador.
“A expansão do setor é fruto de presença maior de produtos paranaenses no mercado internacional. Os frigoríficos paranaenses estão fincando bandeira no mercado externo para a venda principalmente de carne de suíno e de frango, com a produção crescendo a cada ano", destacou o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. (Foto: Jonathan Campos/AENPR)
Dilceu Sperafico é ex-deputado federal e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Paraná - dilceu.joao@uol.com.br