Preços em alta compensam queda na safra paranaense
Por conta dos problemas climáticos, o Paraná encerrou a colheita da safra de grãos de verão 2017/18 com uma produção de 22,3 milhões de toneladas, 12% menor que a obtida em 2016/17. Para o ano todo está prevista uma produção de 38,9 milhões de toneladas de grãos, uma queda de 7% em relação ao ano passado, cujo volume alcançou 41,6 milhões de toneladas.
Ainda assim a safra é considerada excelente, atesta a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento em relatório mensal divulgado nesta sexta-feira. Para o diretor do Deral (Departamento de Economia Rural), Francisco Carlos Simioni, não fosse o excesso de chuva registrado em janeiro e fevereiro, no pico do verão, as safras de milho e soja teriam resultados semelhantes aos da safra anterior, que foi considerada excepcional. Esse foi o fator que puxou para baixo as produtividades em torno de 10% para o milho e 7% para a soja.
Em contrapartida, se os agricultores não conseguiram obter a produtividade esperada inicialmente, agora estão sendo compensados pelos bons preços. Segundo Simioni, a comercialização está passando por um bom momento. A soja está proporcionando um ganho médio de até R$ 18 por saca e na mesma toada segue o complexo farelo e óleo quando comparado com o mesmo período em 2017. Para o milho, estima-se um ganho médio de R$ 10 em cada saca vendida.
INVESTIMENTOS
Simioni alerta para que o produtor fique atento a esse momento, principalmente em relação ao câmbio que está favorável à comercialização das commodities, um dos melhores desde janeiro/2017.
Ele ressalta ainda em relação as oportunidades de investimentos. Com os indicadores econômicos mostrando uma tendência mais firme para a consolidação da retomada do crescimento no País, a rentabilidade melhor das commodities e, possivelmente uma de redução dos juros dos financiamentos agrícolas, o momento é propício ao planejamento de novos investimentos.
BONS PREÇOS
O preço médio da soja comercializada no Paraná neste mês de abril foi de R$ 74 a saca, um aumento de 32% sobre o preço de abril do ano passado, quando foi em torno de R$ 560 a saca. O aquecimento nos preços está sendo atribuído a uma safra menor no mundo todo, refletindo a quebra de safra na Argentina por causa da seca, e também ao conflito comercial entre Estados Unidos e China, que fez disparar a demanda pela soja brasileira.
Já o milho está sendo comercializado pelo produtor por cerca de R$ 31 a saca, valor 48% maior que o de abril do ano passado, quando foi vendido, em média, a R$ 21 a saca. Essa valorização do grão está ocorrendo pela queda na oferta do produto. (Foto: Seab)