Avicultores querem gerar energia solar sem limitação
Uma audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa e comandada pelo deputado Homero Marchese debateu aquele que tem sido o assunto do momento entre os criadores paranaenses de frangos. O debate reuniu produtores do setor e representantes do Governo do Estado.
O Paraná é o maior produtor de carne de frangos do Brasil hoje, com mais de 20 mil aviários. São 4,5 milhões de toneladas produzidas por ano, 33% do total brasileiro. A atividade demanda atenção diária e tecnologia, com temperatura, umidade e oferta regular de alimento e água. Para isso, é necessário o uso de energia 24 horas por dia e os maiores custos do avicultor vêm desta conta, explicou Marchese.
Representando os avicultores, o presidente da Coopavi (Cooperativa dos Avicultores do Noroeste do Paraná), Luiz Flamengo, falou sobre a limitação de 75 quilowatts/hora liberados para unidades fotovoltaicas nas propriedades. “Nosso grande desafio é ter liberdade para geração de energia alternativa em nossos aviários. Demandamos consumo médio de 11 mil quilowatts por mês para conseguir manter dois aviários em uma unidade consumidora de energia”, exemplificou.
“O custo da instalação da energia solar diminuiu muito, mas o problema é que o limite para geração é muito grande”, pontuou Flamengo, salientando que é preciso retirar a limitação, mas sem perder a faixa de baixa tensão. “Se deixarmos de consumir, a Copel pode utilizar a demanda excedente para outros fins”, explicou ele, que também reclamou das constantes quedas da energia elétrica por eventos climáticos, que demandam uso de geradores a diesel, além do aumento nos preços das tarifas.
“Precisamos muito que o Governo do Estado crie uma ação para mudar esta realidade no campo. Temos associados com oito unidades consumidoras e condições de instalar e gerar energia. Precisamos de liberdade para geração e energia acima de 75 quilowatts/hora no horário de pico, sem perder a baixa tensão”, finalizou.
Para o economista Luiz Eliezer Ferreira, técnico da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), os custos da energia elétrica têm inviabilizado a atividade. “No operacional efetivo, a energia elétrica teve aumento de 23%. Ela subiu 48% no custo por lote. No custo total o produtor perdeu muito. Não está havendo sustentabilidade”, explicou, lembrando que o fim do subsídio na tarifa rural, no fim do governo Michel Temer, projeta para o final de 2023 a equalização da tarifa rural à tarifa urbana de energia.
Neste sentido, Herlon Goelzer de Almeida, engenheiro agrônomo do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) pediu que os avicultores entrem no programa Renova Paraná, do qual é coordenador. “Os produtores têm condições de produzir e se auto abastecer ficando com encargo da tarifa mínima, disponibilidade da estrutura da distribuidora, com no máximo 10% do custo de produção”, afirmou. Ainda de acordo com Herlon, os projetos de instalação de unidades fotovoltaicas se pagam hoje, em média, em 38 ou 40 meses. (Foto: HCC Energia Solar)