Trilhando o caminho errado
J. J. Duran
A confusão política no Brasil é tamanha que já não é mais possível fazer qualquer previsão com segurança de acerto sobre qual será o resultado eleitoral do próximo ano.
Com sua costumeira irrealidade e pensada sinceridade, o bolsonarismo expõe sua ideia de mudar concomitantemente com o projeto da reeleição, mas pelos movimentos que tem realizado ultimamente, sua principal ferramenta para conseguir seus objetivos se baseia na mesma estratégia de fracassados projetos anteriores.
O que tem sido feito nada mais é do que repetir governos recentes na tentativa de cooptar o eleitor via política social, ofertando migalhas e esquecendo que é obrigação do Estado atender às necessidades peremptórias para a sobrevivência da parcela mais desprotegida da sociedade. Sem contar que isso está sendo feito em aliança com dirigentes políticos sempre abertos a receber vantagens de origem duvidosa, porém claríssimo destino.
Antigamente isso era chamado de fraude, princípio e fim dos objetivos eleitorais que prevaleceram e ainda prevalecem na política indo-americana.
Outro forte aditivo da intencionalidade reeleitoral é o conteúdo das redes sociais, com toda sua infâmia de fake news e bem remunerada participação na difusão grosseira da irrealidade que vive o povo.
A distribuição de solidariedade social, colocada tardiamente em prática pelo atual governo, poderá cooptar famintos, mas também fazer crescer a ânsia por renovação que hoje estimula aos sem trabalho, sem teto, sem comida, sem saúde e sem futuro.
Toda eleição realizada democraticamente é um ato de esperança, mas muitas vezes, e em muitas nações, isso culminou em uma tremenda decepção, cujo preço foi uma realidade cruel imposta pela elite do atraso aos países desconectados da realidade.
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná