Unidos pela República
J. J. Duran
É de domínio público que Platão agradecia a Deus por ter sido contemporâneo de Sócrates. Eu agradeço a Deus por, após um peregrinar de mais de 20 anos pelo mundo, ter me estabelecido neste Brasil fraterno, familiar, simples, porém intensamente generoso. Aqui constituí uma grande família e hoje, já passado dos 90 anos, não estou só.
Ao longo de minha existência, paguei um alto preço pelo uso da liberdade de escrever sem submissão. Tive que enfrentar verdadeiros precipícios, mas continuei escrevendo verdades, ainda que discutíveis por quem as lê.
Sou testemunha de que toda nação que institucionaliza o medo termina por fazer da violência o quotidiano da sua sobrevivência. Aqueles brilhantes brasileiros, sábios buscadores da liberdade e que construíram os alicerces desta magnífica República, jamais propagaram o medo. Ao contrário, respeitaram religiosamente a Constituição, que foi, é e sempre será o melhor caminho para se chegar a um bom destino.
Não se pode rasgar e violentar a Constituição de forma impune. Quem assim age é pobre de espírito e de consciência democrática e ignora aquela máxima que diz que "na Política com P maiúsculo a disputa do governo é um ato de fé, mas o exercício do governo é um duro sacrifício".
É chegado o momento de todos os que amam a liberdade deixarem de ser meros espectadores para se converter em atores protagonistas e respeitosos das diferenças circunstanciais que nos separam e unir forças na defesa da República na mais ampla acepção da palavra.
Para trilhar o bom caminho, toda nação precisa de lideranças com larga visão do futuro que está sendo pavimentado e que saibam aglutinar forças capazes de somar virtualidades para a superação de uma crise, seja ela política, econômica ou social.
Essas vozes precisam se opor ao radicalismo ideológico e desagregador e de tudo o mais com cunho infecundo e esterilizante. Os dividendos disso virão
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná