Pandemia e corrupção
J. J. Duran
É antiga na história política brasileira a relação entre o autoritarismo governante e o combate à corrupção, aquela que condena e expõe publicamente os agentes do Estado como parte podre da sociedade.
Mas também existem outras formas de corrupção, algumas delas ignoradas pela mídia denunciante, como a praticada pelo grande capital para corromper as instituições do Estado.
Corrupção, corruptos, corruptores e corruptíveis são vocábulos emergentes da defraudação moral, surgidos não só por culpa de uma estrutura sociopolítica injusta e desigual. E não são causa, mas sim efeito de uma paralisia mental que aflora a cada novo ato eleitoral, produzida pela massa que procura por um novo salvador da Pátria.
A conformação patrimonialista da sociedade, que se configura em governos personalistas, seja da esquerda ideológica ou da direita ultraconservadora, vive um momento de modernização como elemento social que saiu do armário para expressar velhos rancores.
A Operação Lava Jato, com apoio massivo da sociedade, impediu um novo triunfo da esquerda ideológica e respaldou o discurso do polêmico deputado Jair bolsonaro, desde sempre um defensor do movimento militar que gerou um grande hiato na história democrática brasileira.
Consequência direta do movimento lavajatista, o bolsonarismo levou o País a avançar sobremaneira no combate à corrupção oficial, mas deixou a desejar no enfrentamento da pandemia. Chamar isso de genocídio, todavia, é algo totalmente descabido. (Foto: Pixabay)
J. J. Duran é jornalista, membro da Academia Cascavelense de Letras e Cidadão Honorário do Paraná