Estudo traça um raio-x do contrabando de agrotóxicos
Basta clicar no endereço www.idesf.org.br para acompanhar, de forma gratuita, o lançamento do estudo "O mercado ilegal de defensivos agrícolas no Brasil”, edição Foz do Iguaçu, que será feito na próxima terça-feira (26), das 9h às 12h, simultaneamente a um debate entre especialistas sobre esse mercado ilícito.
A pauta relacionada ao contrabando de agroquímicos ganha ainda mais relevância na região Oeste do Paraná, pois Ciudad del Este é a principal cidade onde se concentram as empresas vendedoras desses produtos e a maioria das cargas contrabandeadas passa pelas BRs-277 e 163, que cortam Cascavel.
Luciano Stremel Barros, presidente do Idesf (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras) e um dos idealizadores do estudo, destaca que um dos fatores que contribui para o contrabando desses produtos é a assimetria de legislações entre o Brasil, o Paraguai e os demais países do Mercosul.
“Faltam acordos entre o Brasil e os seus vizinhos para criar regras semelhantes para o uso de agroquímicos no campo. Poderíamos, por exemplo, ter laboratórios nesses países do Mercosul para que, em conjunto, pudéssemos analisar e entender o que é necessário para as lavouras e, assim, utilizarem produtos em comum acordo”, diz ele
Entre os agrotóxicos mais contrabandeados está o princípio ativo benzoato de emamectina, cujo percentual máximo de uso liberado pelas normas sanitárias brasileiras é de apenas 5%, enquanto cargas vindas do Paraguai apresentam uma concentração que varia entre 30% e 95% de concentração do princípio ativo.
De 2016 para cá a Receita Federal apreendeu o equivalente a R$ 33 milhões desse tipo de. “É um problema grave não somente por toda a cadeia de crimes que ele gera, mas também porque os agroquímicos contrabandeados que vão para as lavouras vão originar produtos em que não temos a menor ideia do que estamos consumindo”, finaliza o presidente do Idesf. (Foto: PRF)