Paraná eleva arrecadação, mas o horizonte não é dos melhores
“Tudo leva a crer que ano que vem será um ano bem mais difícil”, pois"tudo leva a crer, também, que estaremos entrando em uma fase de recessão econômica". O prognóstico é do secretário da Fazenda do Paraná, Renê Garcia Junior, que nesta quarta-feira (29) esteve na Assembleia Legislativa para fazer a prestação de contas do segundo quadrimestre de 2021 aos deputados, de acordo com o que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A previsão pessimista de Garcia veio mesmo diante do fato de o Estado estar vivendo um período economicamente positivo. De janeiro a agosto deste ano a receita corrente aumentou 6% em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou os primeiros impactos da pandemia. Desse montante, R$ 18,5 bilhões são de impostos, taxas e contribuições.
“Mas o momento ainda é de muitas incertezas nas diversas atividades econômicas. É necessário manter a prudência. A previsão de receita para 2022 mostra que ela estará aquém da ideal, além da expectativa de aumento das dificuldades no setor elétrico e da elevação da taxa básica de juros”, sublinhou.
DESPESA
A despesa com juros e encargos da dívida aumentou em 2021 porque em 2020 os pagamentos ficaram suspensos. Além disso, toda a despesa anual estimada neste grupo foi empenhada em janeiro, o que não ocorreu no ano passado.
O aumento das despesas de capital se deu exclusivamente por amortização da dívida. Em 2020 foi suspenso o pagamento das dívidas com a União e em 2021, com a retomada dessa obrigação, o Estado pagou integralmente o contrato do Rotas Paraná. Garcia destacou ainda a operação de refinanciamento da dívida da Copel, que permitirá economia total de aproximadamente R$ 200 milhões.
Ao longo do ano, o Governo do Paraná reduziu o estoque da dívida em R$ 844 milhões. Houve o pagamento de praticamente toda a rubrica do PASEP da administração indireta e de R$ 401 milhões em precatórios.
O Estado também conseguiu baixar o índice de pessoal devido ao aumento da receita. Agora, o gasto com a folha consome 45,3% da arecadação, abaixo do limite de 47% previsto em lei. E isso foi possível mesmo com o pagamento de promoções e progressões a cerca de 27,7 mil servidores em agosto de 2021. Por isso, ele reafirmou as palavras do governador Ratinho Junior de que o funcionalismo deverá voltar a ter reajuste em 2022.
153 MIL EMPREGOS
Também nesta quarta saíram novos números sobre o mercado de trabalho. Com 21.973 novos postos de trabalho formais, o Estado teve o melhor desempenho da região Sul e o quarto melhor do Brasil no mês passado. Com isso, atingiu a expressiva marca de 153.696 empregos com carteira assinada desde o início do ano.
Aliás, o saldo de empregos no Estado se manteve positivo durante todos os meses de 2021, com a abertura de 25.123 vagas em janeiro, 41.387 em fevereiro, 10.557 em março, 9.712 em abril, 15.499 em maio, 15.471 em junho, 13.974 em julho e 21.973 em agosto. (Foto: Ari Dias/AENPR)