Pesquisa indica nova solução à principal praga da cultura da soja
Responsável por perdas que em determinadas regiões agrícolas do Brasil já registraram perdas até de 90% da produção, a ferrugem asiática da soja tem uma forma eficaz e mais barata de controle com o emprego de inimigos naturais. É o que revelou pesquisa comandada pela professora Mayra Costa da Cruz Gallo de Carvalho, do curso de mestrado da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná). O estudo isolou um fungo que pode ser pulverizado nas lavouras e proteger a soja dessa e também de outras doenças.
O método apresenta diversas vantagens quando comparado ao controle químico tradicional, tendo maior eficácia e menor agressividade ao meio ambiente."Nos dois primeiros testes foi realizada uma única aplicação de forma preventiva, que resultou em controles positivos de até 30%. Agora, temos ensaios no campo nos quais vamos aumentar o número de aplicações. Assim como se faz com fungicida, será aplicado de duas a quatro vezes, para ver se aumenta a eficiência”, afirma a professora.
Segundo ela, essa descoberta pode trazer dois grandes benefícios para o campo: a potencialidade de uso como controle biológico na agricultura orgânica e a possibilidade de integrar o agente biológico ao manejo da cultura já realizado.
As perdas em decorrência da ferrugem foram controladas com o emprego de fungicidas químicos nos últimos anos, mas desde as safras de 2003/2004 esse controle tem sido menos efetivo em função da evolução da resistência e a consequente queda de eficiência dos químicos.
Além do uso de produtos químicos, o combate à doença tem sido feito com o chamado vazio sanitário, período em que o produtor deve tirar toda planta viva de soja da lavoura. Para atender ao Plano Nacional de Controle da Ferrugem da Soja, o governo federal estabeleceu novas normas, entre elas a unificação das datas de plantio para os três Estados do Sul e a definição do período do vazio sanitário a cada safra. Para a 2021/22, o período de semeadura começou em 13 de setembro e se estende até 31 de janeiro de 2022.
NOVA SAFRA
Por outro lado, os produtores paranaenses deram início nesta semana ao plantio da safra 2021/22 de soja, que deverá cobrir 5,62 milhões de hectares. Segundo o Deral, neste momento os trabalhos se concentram principalmente nos núcleos regionais de Cascavel, Campo Mourão, Francisco Beltrão e Pato Branco, ainda que de forma incipiente. As chuvas desta semana vão favorecer a continuidade do plantio nos próximos dias. (Foto> Jonathan Campos/AENPR)