Vaca louca leva China a suspender a compra de carne bovina do Brasil
Já há um bom tempo, quando se vai à sessão de carnes de qualquer supermercado, se tem a sensação de estar em uma relojoaria. Não pela preciosidade do que nos interessa para o almoço do domingo, mas pelo preço da carne bovina, que aumentou cinco vezes mais que a inflação de acumulado dos últimos 12 meses - 34% segundo o IPCA.
Mas, como há males que vêm pra nosso bem, eis que as próximas semanas seguramente serão marcadas por um rebaixamento dos preços da matéria-prima do churrasco devido à ocorrência de dois novos casos do mal da vaca louca no País, um em um frigorífico de Belo Horizonte e outro em Nova Canãa do Norte (MT), conforme acaba de confirmar o Ministério da Agricultura.
O fato repercutiu imediatamente nas exportações, com a China suspendendo temporariamente a compra de carne bovina brasileira."A medida, que passa a valer a partir deste sábado (4), se dará até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas sobre os casos”, afirmou o Ministério em nota.
“Estes são o quarto e o quinto casos de EEB [Encefalopatia Espongiforme Bovina] atípica registrados em mais de 23 anos de vigilância para a doença. O Brasil nunca registrou a ocorrência de caso de EEB clássica”, acrescentou a nota, pontuando que todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado oficial pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal no Canadá.
O Mapa ainda informou que a confirmação não altera o status do país como de "risco insignificante para doença". "A OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos", diz a nota.
"A notícia da vaca louca veio neste momento em que a ociosidade nos frigoríficos que trabalham somente com o mercado interno é bastante elevada e serviu para diminuir ainda mais o negócio de aquisição de bois diariamente", informou a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos). (Foto: Sistema Faep)