Obras da nova Ferroeste já têm sinal verde do governo
O dinheiro, claro, virá da iniciativa privada, mas para que isso aconteça se fazia necessária, antes, um sinal verde do governo. Pois ele foi dado nesta quinta-feira (2) e é o primeiro concreto passo para que o Brasil possa receber pesados investimentos em novas ferrovias, cujo custo para o transporte é muito menor que o das rodovias.
E dentre as autorizações assinadas pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, em ato que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, estão as relativas a três trechos do projeto da nova Ferroeste. São eles o ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu, com 166 km de extensão e custo de R$ 6,25 bilhões; uma nova ligação entre Guarapuava e Paranaguá, com 405 km e custo de R$ 15,2 bilhões; e o trecho entre Maracaju e Dourados, no Mato Grosso do Sul, com 76 km e custo de R$ 2,85 bilhões. Ao todo, foram autorizados 3,3 mil km, com investimento previsto de R$ 53 bilhões.
Tudo foi feito com base nas regras da Medida Provisória 1065/2021, editada no início da semana e que permite a construção de novas ferrovias por meio de autorização simplificada, sem necessidade de leilões de concessão. Além do Paraná e Mato Grosso do Sul, também foram contemplados os estados do Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e São Paulo.
"Ora, se eu tenho um investidor que quer fazer uma ligação de A a B e está disposto a tomar o risco de engenharia, por que não permitir? Por que a ferrovia tem que ser uma exclusividade do Estado? Quantos ramais podem surgir para ligar centros de gravidade produtores às zonas portuárias? Quantos ramais de shortline podem surgir para ligar áreas de produção a ferrovias concedidas existentes? Criamos um marco regulatório para tratar isso. A gente está fazendo uma revolução ferroviária, a maior em 100 anos", destacou Tarcísio Freitas.
"Com as autorizações, a gente vai conseguir destravar ainda mais os investimentos em ferrovia, sejam novos projetos de ferrovia green field que serão construídos totalmente por iniciativa privada, como também o reaproveitamento de trechos ferroviários que não têm economicidade dentro das concessões, mas que, numa nova lógica de autorização, com uma regulação mais moderna, poderão de fato ter uma viabilidade econômica e uma atração muito grande pelo setor privado", celebrou o diretor-executivo da Associação Nacional de Transportadores Ferroviários, Fernando Simões Paes. (Foto: Wilson Dias/AGBR)