Novo modelo de concessão pode esvaziar as Cataratas do Iguaçu
O modelo de concessão pretendido pelo governo federal nas rodovias paranaenses é o mesmo do Parque Nacional do Iguaçu: tarifas altas e o prazo de exploração por 30 anos. A proposta do ICMBio e do Ministério do Meio Ambiente prevê uma tarifa geral de entrada na unidade de conservação de R$ 120, algo em torno de 700% mais cara que a menor tarifa atual. “O parque pode ficar restrito aos endinheirados”, protestou nesta segunda-feira (23) o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli.
Os prefeitos das 14 cidades lindeiras defendem a cobrança de uma tarifa diferenciada como acontece hoje, entendendo que sem isso o número de visitantes das Cataratas sofrerá uma queda drástica. Os moradores da região pagam R$ 17 (passe comunitário), turistas brasileiros R$ 50, turistas de outros países do Mercosul R$ 66 e turistas estrangeiros R$ 83. O ICMBio e o Ministério do Meio Ambiente sinalizam a cobrança de 20% da tarifa cheia (R$ 120) dos moradores lindeiros.
Romanelli comparou a concessão do parque ao modelo híbrido que o governo federal tentou impor ao Paraná no caso dos pedágios, que exigia uma taxa de outorga. Os municípios lindeiros e o setor de turismo propõem a exclusão da outorga fixa por um modelo de maior lance em investimentos e menor tarifa de ingressos.
“No caso das rodovias, colocamos o modelo híbrido e a taxa de outorga para correr. A situação do parque mostra que vivemos num país surreal. Os governos não fazem obras e ainda querem ganhar dinheiro com as concessões. Esse aumento de 240% no valor dos ingressos para os brasileiros é absurdo”, afirmou.
O processo licitatório da nova concessão do Parque Nacional do Iguaçu foi iniciado em abril e prevê investimentos obrigatórios de aproximadamente R$ 500 milhões em infraestrutura, além de R$ 3,6 bilhões em gastos operacionais durante as três décadas de duração do contrato. (Foto: Divulgação Alep)