Sul e Sudeste reúnem 91% dos municípios mais desenvolvidos
Sempre se soube que o progresso brasileiro está concentrado basicamente no Sul e no Sudeste, regiões com forte vocação agrícola. O que não se sabia era que nada menos que 91% dos municípios mais desenvolvidos estão concentrados nessas duas regiões, conforme reportagem de Pedro Rafael Vilela para a Agência Brasil.
Essa desigualdade foi revelada pelo IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), que monitora os indicadores dos 5.471 municípios do País e foi divulgado hoje pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro com base em dados de 2016.
Para compor o índice, que voltou a subir após três anos de queda, são usadas estatísticas oficiais sobre saúde e educação básicas, como número de matrículas escolares e mortalidade infantil, além das taxas de emprego e renda.
A região Centro-Oeste responde por 7% da lista dos 500 municípios mais desenvolvidos, e o Nordeste 1,6%. Já da região Norte apenas Palmas, capital do Tocantins, figura no ranking, o que representa apenas 0,4%.
OUTRO LADO
Já entre os 500 municípios com menor desenvolvimento do País, 68% estão no Nordeste e outros 28% no Norte. Nesta última região, por exemplo, mais de 60% das cidades têm desenvolvimento considerado baixo (entre 0 e 0,4) ou regular (entre 0,4 e 0,6). No Nordeste, 50% dos municípios também estão nessa condição.
Bahia (34%), Maranhão (20%) e Pará (13%) foram os estados com maior quantidade de representantes entre os 500 municípios pior classificados no ranking. Juntas, as regiões Norte e Nordeste somam 87,7% do total de municípios com pior desenvolvimento econômico e social do Brasil, segundo o IFDM 2018.
DESIGUALDADES
Quando observados os indicadores específicos de desenvolvimento, as disparidades regionais ficam ainda mais evidentes. De acordo com o IFDM 2018, os municípios mais desenvolvidos do País registraram boa cobertura de educação infantil, com 64,7% das crianças até 5 anos matriculadas na pré-escola, enquanto o grupo das cidades piores colocadas no índice atendeu, em média, apenas 34,8% das crianças em idade escolar. Além disso, a taxa média de abandono entre os 500 municípios mais bem classificados, de apenas de 0,5%, foi quase 10 vezes menor do que a observada na lista das cidades menos desenvolvidas: 4,8%. (Foto: Tony Oliveira/CNA)