Eleições de 2022 contaminam debate sobre pedágio no Oeste
Dos 21 vereadores que integram a atual Câmara de Vereadores, ao menos quatro são pré-candidatos a deputado estadual: Alécio Espínola, Rômulo Quintino, Valdecir Alcântara e Serginho Ribeiro. Talvez isso explique o fato de a maior parte do tempo da sessão desta segunda-feira (16) ter sido consumido pelo debate em torno do pedágio, uma bandeira ímpar e mais que oportuna para amealhar votos para 2022.
Não haveria nada de mais nisso, não fossem os ataques seletivos a representantes atuais da cidade na Assembleia Legislativa. “Se aprovarem a concessão, eu vou ao centro da cidade com um caixão velar os deputados cascavelenses”, disparou o presidente Espínola (em lágrimas, é bom que se diga), referindo-se à malha rodoviária estadual a ser inserida no pacote do novo pedágio.
Ocorre, no entanto, que nenhuma rodovia da Região Oeste a ser pedagiada por meio de leilão na Bolsa de Valores pertence ao Estado. As BRs 277, 163, 467 e 369 são todas federais, por isso podem ser inseridas no novo pedágio independente do que vier a decidir a Assembleia sobre o projeto 372/2021, de autoria do Poder Executivo e que delega perto de 1.100 km de rodovias estaduais à União.
Em outras palavras, tais críticas deveriam ser direcionadas não aos deputados estaduais, mas sim ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, com quem o prefeito Leonaldo Paranhos e o deputado Gugu Bueno se encontraram na semana passada para reiterar o apelo contra a instalação de uma praça de pedágio no trecho Cascavel-Toledo. (Foto: Reprodução)