Produtores relatam perdas de até 70% na safrinha de milho
Relatos feitos por produtores rurais durante a reunião da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas do Sistema Faep/Senar-PR indicam que o Paraná terá uma quebra acentuada do milho safrinha em todas as regiões do Estado. Alguns relataram perda de até 70% nas lavouras. Até nas áreas em que as plantas continuam em desenvolvimento, há preocupação de que os grãos não se desenvolvam com a qualidade esperada.
A quebra está diretamente relacionada à falta de chuvas e à ocorrência de geadas entre o fim de junho e o início de julho. E pode piorar na medida em que as previsões meteorológicas apontam para uma nova onda de frio nos próximos dias.
Em Maringá, os agricultores esperam que a quebra fique entre 60% e 70%. Para quem semeou fora da janela de plantio, o prejuízo pode chegar a 100%. Em Londrina, a pedido do Sindicato Rural a Prefeitura decretou estado de calamidade. A expectativa é de que a medida ajude os produtores que tiveram perda no diálogo com as seguradoras.
Na região polarizada por Cascavel, o alerta também se estende à classificação dos grãos que se desenvolvem após as geadas. Já no Norte Pioneiro, as lavouras foram plantadas mais tardiamente e também sofreram com as geadas."No Oeste, teremos quebra em termos de 60%. E tem a questão da qualidade do grão. Os grãos não estão vindo em uma qualidade tão boa”, disse o produtor Heitor Richter.
SEGURO RURAL
A reunião da comissão também contou com uma apresentação sobre seguro rural, feita por Pedro Loyola, diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Para 2022, o Programa de Subvenção ao Seguro Rural disponibiliza R$ 1 bilhão. As 158,5 mil apólices contratadas correspondem a 10,7 milhões de hectares de área segurada.
Loyola também abordou aspectos da consolidação do seguro, que passou por uma simplificação de regras e pulverização da carteira de seguros em seis atividades agropecuárias. Ele também mencionou um projeto-piloto voltado a produtores do Pronav, que deve chegar a R$ 50 milhões em recursos. “O desafio ainda é enorme. Hoje, menos de 20% da área de soja são cobertos pelo seguro rural, por exemplo. Mas estávamos avançando bastante”, resumiu Loyola. (Foto: Sistema Faep)