Bolsonaro prevaricou no caso da Covaxin? PF vai investigar
O espetáculo de horrores em que se transformou a CPI da Covid no Senado Federal acaba de surtir o primeiro efeito prático, com a Polícia Federal abrindo um inquérito para investigar se o presidente Jair Bolsonaro prevaricou no caso das supostas irregularidades na negociação para compra da vacina indiana Covaxin.
A apuração será conduzida pelo Serviço de Inquéritos Especiais da PF, porque Bolsonaro tem foro privilegiado, e o prazo para conclusão do trabalho é inicialmente de 90 dias, podendo ser prorrogado.
O ponto de partida da investigação é a denúncia do servidor Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do Ministério da Saúde, e pelo irmão dele, o deputado federal Luis Miranda, que disseram ter avisado Bolsonaro ainda no mês de março sobre suspeitas de corrupção na negociação para a compra da Covaxin.
A apuração deverá esclarecer se houve ou não omissão de Bolsonaro a respeito das supostas irregularidades, e também se o presidente, de alguma forma, se beneficiaria pessoalmente com isso.
Prevaricar, segundo a legislação brasileira, consiste em "retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal". (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/AGBR)