Planos de saúde perdem quase 3 milhões de clientes em um ano
Quase 3 milhões de brasileiros já foram "expulsos" de planos de saúde pela incapacidade de suportar as mensalidades e os reajustes abusivos. Entre abril de 2017 e abril deste ano, o número de clientes dos planos encolheu de 50,4 milhões para 47,3 milhões de clientes, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Isso decorre menos da crise econômica e mais da política perversa de reajuste das mensalidades imposta pelos planos e "engolida" pela ANS de uma forma altamente suspeita. Além disso, os planos individuais estão sendo suprimidos em benefício dos planos corporativos, que permitem driblar a regra dos reajustes. Nos planos corporativos ou coletivos, a operadora fixa os valores que melhor lhe convém.
Mas as operadoras não parecem lá muito preocupadas com a fuga de clientes. A razão disso está no faturamento, que chegou a R$178 bilhões somente ao longo do ano passado. É tanto dinheiro que diretores são remunerados com salários de marajás por um "bico" de algumas poucas horas diárias de trabalho.
Enquanto isso, os clientes se veem obrigados a "engolir" reajustes sistematicamente abusivos. E como se isso não bastasse, ainda acabam tendo que fazer pagamentos "por fora" aos hospitais em casos de cirurgias mais complexas, porque os planos se negam a pagar determinados materiais e medicamentos com a nítida intenção de garantir a saúde de suas finanças.
NOVO REAJUSTE
E numa prova de que os usuários são sistematicamente prejudicados, saiu publicada hoje no Diário Oficial da União autorização para que as operadoras reajustem os planos de saúde individuais e familiares em até 10%. A resolução é retroativa a 1º de maio deste ano e vale até 29 de abril de 2019. A Justiça chegou a limitar o reajuste em 5,72% (percentual equivalente à inflação atual medida pelo Índice IPCA para o segmento de saúde e cuidados pessoais) a pedido do Instituto de Defesa do Consumidor, mas a liminar foi derrubada dez dias depois. Em 2017, o percentual de correção definido foi de 13,55%. (Foto: Unimed Cascavel)