Assassinato do presidente traz apreensão a legião de haitianos
Apenas ao longo dos últimos dez anos, 1.085 milhão de imigrantes desembarcaram no Brasil em busca de novas oportunidades, aproximadamente 15% deles oriundos do Haiti, país mais pobre das Américas e com um longo histórico de ditaduras e golpes de Estado.
Mas essa legião de haitianos, milhares dos quais trabalham nas cooperativas do Oeste do Paraná, deixou para trás familiares com os quais se comunicam frequentemente para, dentre outras coisas, saber como anda a temperatura política em sua pátria mãe.
Pois esses imigrantes amanheceram nesta quarta-feira (7) atormentados por mais um crime político acompanhado de perto pelos parentes e amigos que ainda vivem por lá.
O caso agora envolve a morte do presidente Jovenel Moise, assassinato a tiros dentro de casa na capital Porto Príncipe no início da madrugada. Ao confirmar o ato criminoso, o primeiro-ministro interino Claude Joseph revelou que a primeira dama Marine Moise também levou um tiro - ela morreu horas mais tarde em um hospital.
Joseph afirmou em nota oficial que o assassinato foi um "ato desumano e bárbaro". Segundo o premiê, "um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais falavam em espanhol, atacou a residência privada do presidente da República" por volta da 1h e "feriu mortalmente o Chefe de Estado".
Ele também pediu à população "que se acalme" e afirmou que "a situação da segurança no país está sob o controle da Polícia Nacional haitiana e das Forças Armadas do Haiti". "Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e proteger a nação", concluiu.
Em fevereiro, autoridades haitianas disseram ter frustrado uma "tentativa de golpe” de Estado contra o presidente, que já teria sido vítima na ocasião de um atentado malsucedido. Vale lembrar, no entanto, que Moise governava o país sem o apoio necessário do Legislativo desde o ano passado e prometia ficar no cargo até fevereiro do próximo ano. (Foto: Reprodução Redes Sociais)