Custos de produção disparam e ganho de suinocultores míngua
Levantamento que acaba de ser divulgado pelo Sistema Faep/Senar-PR mostra que em 2021 os custos de produção está exigindo uma ginástica maior dos produtores de suínos do Paraná. Os reajustes nos preços pagos pela indústria não foram suficientes para compensar a alta nos insumos.
“Os preços do milho e do farelo de soja estavam mais favoráveis em 2020, que foi um ano espetacular para a suinocultura. Quando analisamos 2021, vemos que houve reajuste no preço recebido pelo suíno em alguns modelos de produção e regiões. Mas os preços do milho e do farelo de soja não compensaram, pois tiveram um aumento de mais de 50%”, destaca Deborah Gerda de Geus, presidente da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep.
Para os produtores integrados, apesar do aumento do preço recebido nas modalidades UPD, UPL e UPT, as margens ficaram mais estreitas devido à alta desproporcional do custo de produção. Houve expressivo aumento dos gastos com mão de obra, manutenção, despesas administrativas, equipamentos de proteção individual e transporte.
“Com margens estreitas e negativas, a tendência é a deterioração da atividade a longo prazo, devido à falta de recursos para renovação da infraestrutura. Outra particularidade que pesa para os integrados é a falta de mão de obra especializada e questões trabalhistas onerosas”, esclarece Nicolle Wilsek, técnica do Sistema Faep/Senar-PR.
CONFIANÇA NO FUTURO
Apesar dos resultados apertados, a cadeia mantém o otimismo em relação aos próximos anos devido ao recente reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação e de Peste Suína Clássica pela Organização Mundial de Saúde Animal. O novo status promete abrir mais mercados para o Estado, principalmente aqueles que pagam mais pela carne.
“O Brasil consegue ser um país altamente competitivo, mesmo com um custo de produção elevado. Nós precisamos agregar valor à nossa matéria- -prima e, para isso, acredito que o grande desafio é a união dos produtores. As Cadecs estão cada vez mais fortalecidas, mas precisamos de mais participação. Os produtores independentes também têm a agregar com sua experiência”, destaca a presidente da CT de Suinocultura da Faep. “A pandemia nesse momento veio para quebrar o paradigma que a internet afasta as pessoas. O que eu vejo é uma oportunidade de levar mais informações para mais produtores e assim fomentar junto aos órgãos competentes o que podemos melhorar na cadeia como um todo”, conclui. (Foto: Sistema Faep)