Até o último fim de semana o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, se mantinha determinado a ignorar os apelos e a indignação de todos os paranaenses e manter o modelo de pedágio gestado por sua equipe que poderia levar o Estado a organizar um protesto sem precedentes, inclusive com o fechamento temporário de rodovias estratégicas.

Desde ontem, no entanto, ele próprio dá indicativos concretos de que estava no caminho errado, pois seu chefe Jair Messias Bolsonaro concluiu que o que estava sendo imposto era, nas palavras do próprio presidente da República,"um assalto a mão armada”  já que repetia a espinha dorsal do modelo atual, que expira antes do fim do ano.

Antes mesmo de retornar de Brasília, onde esteve com o ministro e o presidente, o governador Ratinho Junior foi diplomático, dizendo apenas que  “o Governo Federal deve fazer mudanças e apresentar uma nova proposta ao Paraná". Lá, no entanto, ele colocou de forma clara que os paranaenses estão determinados a fazer o que for necessário para rechaçar o modelo proposto pelo Ministério da Infraestrutura.

“Junto com o setor produtivo e lideranças locais, o Governo do Paraná defende um modelo que contemple o que a população nos exige: o menor valor na tarifa”, afirmou o secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, que esteve com Ratinho Junior em Brasília.

MOMENTO HISTÓRICO

Nesta quarta-feira (19) o deputado cascavelense Gugu Bueno, vice-líder do Governo na Assembleia, foi mais explicito e comemorou o novo cenário."Ontem o Brasil assistiu um momento histórico para nosso Estado. O presidente Jair Bolsonaro, depois de reunião com nosso governador Ratinho Junior, falou em rede nacional sobre a questão do pedágio e determinou que o ministro da Infraestrutura siga a vontade do povo paranaense”, afirmou o parlamentar.

Gugu disse que o modelo defendido pelos paranaenses, baseado na menor tarifa e com garantia de execução das obras já a partir do início do novo contrato,  “propiciará que tenhamos um pedágio mais justo possível, com a tão desejada duplicação das rodovias e um desconto de no mínimo 60% sobre os preços de hoje".

"Vamos aguardar a decisão do Governo Federal. Se isso se concretizar, será a grande vitória de todos os paranaenses, que não aguentam mais pagar a maior tarifa de pedágio do Brasil e ainda sem as obras de duplicação executadas", comemorou o também deputado cascavelense Marcio Pacheco, integrante da Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná. (Foto: Jonathan Campos/AENPR)