Senar ajuda agricultor a trocar a roça pela horta
Jonas Martini, produtor rural de Três Barras, município menos de 90 km distante de Cascavel, virou personagem de uma reportagem do informativo da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) depois da guinada que deu em sua propriedade. Na chácara de 2,9 hectares, ele e a família deixaram no fim do ano passado de plantar tabaco, milho, soja e feijão e passaram a se dedicar à olericultura e à hortifruticultura.
Num primeiro momento Martini pensou que a migração seria fácil, mas a horta não se desenvolvia, com as folhosas sempre mirradas. O cultivo só passou a deslanchar depois que ele fez o curso"Planejamento da produção - do plantio à comercialização”, do Senar-PR, e hoje ele produz quatro mil pés de folhosas por mês e planeja expandir o negócio.
A migração ocorreu em outubro do ano passado. Como já vinha trabalhando diretamente na produção agrícola, Martini pensou que não precisaria de grandes mudanças nem de conhecimento especializado para cultivar alface, rúcula, almeirão e couve-folha. Só foi perceber que estava equivocado quando viu que a horta “não ia para frente". Aí, percebeu que era hora de buscar suporte técnico.
“Meu problema principal foi falta de conhecimento sobre a cultura. Por estar plantando fumo, soja e milho, eu pensava que podia dar conta de plantar um simples pé de alface. Mas eu não sabia o que estava acontecendo na cultura. Pragas e umidade de solo, por exemplo, foram fatores que me deram bastante problema”, diz Martini.
Ofertado pelo Senar-PR com apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural Iapar-Emater e Casa Familiar Rural, o curso deu a Martini o conhecimento técnico de que ele precisava. O agricultor percebeu que estava errando na irrigação e que vinha exagerando na adubação com esterco de galinha (o que salinizava o solo). Além disso, diagnosticou que precisava fazer correção do solo. Em um mês, os resultados já apareceram: a horta vicejou, com as folhosas bonitas e de bom tamanho. “Foi como tirar a dor com a mão. Agora, está uma maravilha”, comemora.
“Vimos que o solo estava desagregado, com adubações mal feitas e com deficiência de irrigação”, diz Mário Lugokenski, instrutor do Senar. “O Jonas foi um aluno exemplar, porque ele não teve dúvidas em implantar o que lhe foi sugerido do ponto de vista técnico. Ele fez tudo direitinho e, como as hortaliças têm um ciclo curto, os resultados já apareceram. Temos vários exemplos de alunos que, como ele, tiveram respostas excelentes”, acrescenta.
ROTINA
O dia de Martini começa cedo, às 5 horas, quando se levanta para colher as hortaliças bem frescas. Às 7 horas, ele já está na cidade, fazendo as entregas a supermercados e outros revendedores. Às 9 horas, ele volta novamente para a lida nas estufas - são cinco, com dimensões entre 30 e 50 metros quadrados. O produtor também tem projetos de expandir a comercialização a projetos da prefeitura e do governo estadual, além de cogitar ampliar as vendas para um município vizinho.
“Hoje, o nosso negócio envolve toda a família. Eles me ajudam todos os dias na colheita, no empacotamento e na venda direta, que é feita aqui, na propriedade"diz."A minha ideia ao migrar para a hortifruticultura foi ter uma vida mais sustentável. Antes, a gente arrendava terras. Paramos com isso. A ideia é produzir em cima do que é nosso. E está dando certo”, afirma. (Foto: Divulgação Faep/Senar-PR)